quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Arte da Impericia

A algum tempo atraz tava lendo uma materia sobre o ultimo cd do Jorge Drexler, Cara B, onde ele fala que ele diz estar interessado em cantar e compor em linguas as quais ele conhece muito pouco ou quase nada. O legal eh que ele diz que aprendeu isso com os brasileiros em especial com Caetano Veloso, " Pegue a letra de Soy Loco por ti America, do Caetano Veloso, Eh um total disparate. Ha coisas que, em espanho, nao fazem nenhum sentido. A comecar por "soy loco por ti america" (o certo seria estoy loco). Os disco em ingles dele tambem estao cheios de erros por srem traducoes literais do que ele estava pensando em escrever. Eh de uma ousadia fantastica". Entao ai vem a parte interessante da coisa, sempre se fala mal de artistas fazendo musicas nao locais, sei la, um gaucho tocando samba, logo alguem de fora ja solta, falta swing, ou seja la o que for. Mas e se talves essa seja a graca da coisa? Por que nao, ser diferente e tocar um samba duro? Cantar em portunhol? Respeitar os sotaques, os modos de falar e entender que talvez nao seja nem melhor nem pior nem melhor, so diferente. Talvez possa ser ate melhor, pois estamos tao acostumados a escutar a mesma coisa, que um sotaque, um jeito diferente, ja faz uma diferenca tremenda. Tambem vale a pena a audicao da musica Pouca Vogal, do grupo de mesmo nome (www.poucavogal.com.br) , formado por Humberto Gessinguer e Duka Lendeker, nao que a musica seja la grandes coisas, mas a letra nao deixa de ser interessante. Confesso que sempre me inclui nesse preconceito, nunca consegui escutar brasileiro cantando em ingles, talves justamente pela falta desse sotaque, por fazer certinho de mais, ate o dia em que ouvi London London do Caetano e pensei, puta, genial, eh ingles e brasileiro ao mesmo tempo sei la... Entao da proxima vez que escutar um americano tocando samba(afinal do mesmo modo que queremos tocar a musica deles eles tambem as vezes querem tocar a nossa, e seria hipocrisia da minha parte defender somente o nosso lado), antes de sair gritando aos quatro ventos: que samba duro, um brasileiro faria muito melhor; pare, escute, e entenda que a beleza da coisa esta justamente em imprimir uma personalidade particular e diferente a interpretacao! 

* Coisa boa nao ter acentos!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sem Choque

Nada pra fazer, aparentemente ninguem esta trabalhando aqui, por incrivel que pareca, nossos queridos e serios americanos tambem fazem hora ate poderem ir embora curtir o fim de semana. Muito tempo pra pensar, talvez pouca coisa pra dizer, dai o originalissimo nome do Blog, totalmente copiado de uma comunidade do Orkut, a qual possivelmente tambem copiou de algum lugar anterior, bom, mas nao importa, se eu nao pensar em nada melhor esse e o nome que permanecera.
Essa e realmente uma epoca diferente para visitar os incriveis, e maravilhosos Estados Unidos, e uma epoca realmente intrigante, pelo obvio motivo da crise mobiliaria. O mais interessante ainda e que parece que fui vacinado contra isso, pois nao fico alarmado, e nao consigo ficar pensando uau que horror essa crise, ao contrario das pessoas aqui, as quais realmente parecem estar preocupadas. Talvez 19 anos de Brasil facam qualquer pessoa imune a alardes por crises globais, 19 anos lendo e vendo uma crise constante provavelmente me fizeram perder a sensibilidade com nossos coitados amigos americanos. A verdade e que a crise realmente e uma situacao complicada, e por favor nao me entendam mal, nunca disse que nao ligo ou acho isso bobagem, apenas nao consigo ficar chocado, como as pessoas daqui parecem estar. Para alguem vindo de um pais como o Brasil, a sencacao que fica e que os americanos estao recebendo doses nada homeopaticas de vida real. Nada mais de American Dream, agora eles vivem uma situacao mais proxima do resto do mundo, ou quase todo resto... A verdade e que a crise e uma situacao mundial, a nivel internacional, mas as maiores novidades ficam reservadas aos paises mais ricos, os quais nao estao acostumados a uma situacao social tao ruim. Para mim brasileiro, quanto ao meu pais, o que vejo sao aumentos nos indicadores sociais, mas nenhuma novidade de fato a qual possa chamar a atencao e me deixar chocado. Mais uma vez, nao estou discutindo as implicacoes da crise ou o quanto ela realmente nos afeta, em termos economicos e sociais, apenas estou discutindo a recepcao disso para mim e o que vejo aqui.
Uma vez aprendi nas aulas de ciencias que a vacina e produzida com o proprio virus que se deseja combater. Provavelmente no mundo real a vacina contra o choque seja o costume, e o costume, e bom ressaltar esta vinculado ao cotidiano, por isso talvez eu ja estaja vacinado, pois uma realidade em crise ja faz parte do Brasil desde que comecei a pensar. Porem aqui, todas situacoes mais complicadas, como os atentados terroristas, nao fazem parte do cotidiano, sao situacoes extraordinarias, que ocorrem de muito em muito tempo, e o cotidiano eh tranquilo. Assasinatos sao sempre situacoes diferentes inusitadas e coisas que chamam atencao, sequestros, desemprego, tudo sao capas em jornais, enquanto em meu ilustre cotidiano a maioria dessas coisas ja nem figure mais em noticiarios pois ja se tornaram banais. Enquanto aqui essas coisas sao bastante chocantes no Brasil sao apenas nossa dose diaria da vacina contra o choque.